“Os países
coloniais e semicoloniais são, por sua própria natureza, países atrasados. Mas
estes países atrasados vivem nas condições da dominação mundial do capitalismo.
É por isso que o seu desenvolvimento tem um caráter combinado: reúne em si as
formas econômicas mais primitivas e a última palavra da técnica e da
civilização capitalista. É isto que determina a política do proletariado dos
países atrasados: ele é constrangido a combinar a luta pelas tarefas mais
elementares da independência nacional e da democracia burguesa com a luta
socialista contra o imperialismo mundial. Nessa luta, as reivindicações da
democracia, as reivindicações transitórias e as tarefas da revolução socialista
não estão separadas em épocas históricas distintas, mas procedem imediatamente
umas das outras.”
Leon Trotsky
Os
elevados investimentos do governo estadual e federal em obras como o Complexo
Intermodal Porto Sul, em Ilhéus, e as hidrelétricas de Jirau, em Porto Velho, e Belo Monte, em Altamira, expressam a subordinação
dos governos às grandes empresas que financiam suas milionárias campanhas
eleitorais. O que se nota é que os governos Wagner e Dilma, entre outros,
cortam recursos de áreas sociais como saúde, educação e habitação para ampliar
os lucros da burguesia nacional e internacional.
Quem
mais sofre com essa realidade são os setores mais explorados e oprimidos da
sociedade, como as comunidades que estão sendo expulsas de suas moradias e
tendo uma piora significativa em suas condições de vida em função dessas obras
de infraestrutura que além do impacto social representam verdadeiros crimes
contra o meio ambiente.
Nos
últimos anos nota-se que o agravamento da crise econômica mundial tem
contribuído para a intensificação da exploração dos trabalhadores e dos
recursos naturais de nosso país. Diante desse cenário os governos do PT têm
atuado em defesa dos interesses do capital (contra os trabalhadores) por meio
de diferentes mecanismos como os investimentos nas obras do PAC, arrocho salarial
dos servidores públicos, precarização dos serviços sociais, manutenção do
pagamento dos juros da dívida pública, entre outros.
A
constatação desses fatos nos leva a refletir sobre a necessidade de fazermos
alguma coisa para transformar essa triste realidade. Daí surge a compreensão de
que é preciso se dedicar ao trabalho de organização, informação e mobilização
dos trabalhadores e da juventude em defesa de seus interesses. Nos damos conta
de que precisamos ampliar nossos conhecimentos sobre a realidade e estarmos
continuamente inseridos nas lutas.
Sebastião Neto
P.S.: Escrevi
esse texto após ter participado do espaço realizado pelo DABio, no dia 07/11,
em que assistimos um documentário sobre a construção da Hidrelétrica de Belo
Monte. Depois do documentário discutimos sobre esse e outros projetos do
governo federal e de governos estaduais que seguem a trilha do "desenvolvimento" destrutivo e antipopular que faz parte da história do Brasil e de diversos
outros países. Sou grato ao pessoal do DABio e a todos que participaram desse
importante espaço de troca de idéias e de aprendizagem coletiva.